sábado, 16 de abril de 2011

O SORRISO DO JUVENAL

Há muito tempo atrás, li em uma revista, uma crônica cujo autor já não me recordo, sobre um ¨causo¨ocorrido na ilha de Itaparica na Bahia. Contam que lá os animais, notadamente os jumentos viviam livres leves e soltos. Havia um, chamado juvenal que era o rei do pedaço. Traçava todas as da sua raça, vivia em total liberdade e libertinagem conforme só a tais criaturas é dado ser. Até que um dia, desembarcou na ilha outro jumento, mais novo, maior e lógico, mais potente. Esse então tornou-se a maravilha entre todas e distribuia sua vitalidade à larga. Tornou-se um insciável e um dia, sem menor cerimônia ¨traçou¨também o pobre juvenal. A partir daí, o desafortunado começou a andar pela ilha sozinho, desmoralizado e cabisbaixo. Estampava uma expressão mista de decepção e sorriso de dor, o que o deixava permanentemente com os dentes à mostra como se estivesse sempre alegre, satisfeito e sorridente.
Expressão parecida, vejo muito hoje em dia no rosto de muitos trabalhadores, que vêm seus salários cada vez mais defasados e corroídos, sua condição social em queda e suas esperanças indo por água abaixo, devido à crença cega de que políticos e apenas esses, resolveriam seus problemas. Não pararam para pensar que podem se organizar de outra maneira que é antiga e muito pouco colocada em prática na atualidade chamada união e conciência de classe. É preciso que essa prática secular seja retomada com urgência nas bandas de cá do rio Piracicaba. Que os trabalhadores voltem a ser livres e felizes. Voltem a sorrir de verdade e apaguem de vez do rosto o SORRISO DO JUVENAL.

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